Semana passada, conversando com um empreiteiro, perguntei para ele como ele fazia com os projetos estruturais das obras que realizava e ele me disse: “Gabriel, já fiz um monte de obras e nunca nenhuma caiu...”
A questão aqui não é o cair ou não cair, provavelmente ele não errava na disposição das armaduras, pois com todo esse tempo de construção e experiência, ele tinha uma noção de como funcionavam essas estruturas, mas com toda certeza ele errava no cálculo e essas estruturas não caiam pelo simples fato de haver um exagero no coeficiente de segurança dessas estruturas, aumentando drasticamente a quantidade de aço e até mesmo de concreto de um elemento. Ou seja, ele errava nesse cálculo, mas acertava na disposição e no posicionamento das estruturas.
Entretanto, em alguns casos essa situação está totalmente ao contrário. Imagine um edifício, onde foi calculada uma laje maciça de maneira correta, com espaçamentos coerentes entre as armaduras positivas para o carregamento da laje. Entretanto, na elaboração do desenho, foi esquecido de colocar as armaduras negativas em algumas vigas na união de lajes. Assim, o modelo de cálculo foi correto, entretanto o erro na falta dos desenhos das armaduras negativas possibilitou a existência de inúmeras patologias e futuros problemas nesta obra, visto que não há armadura para resistir a esses esforços. Logo, havia um modelo de cálculo correto, mas erro nos desenhos.
Gabriel Comerlato Costa
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